Quando as chamas consumiram o Museu Nacional do Rio de Janeiro, o Brasil perdeu um pedaço da sua história. Um pedaço que não será recuperado nunca, não importante o que se faça e nem o tempo que se passe. Logo agora, que vivemos tempos sombrios e desesperançosos.
Quando mais precisamos conhecer o passado e aprender com seus erros, ele é arrancado de nós de forma tão brusca… E irreversível.
Eu não sei se você já foi em algum museu na sua vida. Eu já fui em alguns e posso garantir que é maravilhoso ver a história de perto. Visitei o Museu do Expedicionário, em Curitiba, que conta a história dos heróis brasileiros da II Guerra Mundial. Vi esculturas gregas de mais de 2 mil anos e pinturas de Van Gogh e do Botticelli no MASP, em São Paulo.
Também conheci um pouco da história do Brasil no Museu do Ipiranga, que também fica em São Paulo e é quase um irmão do Museu Nacional e que sofre dos mesmos problemas de falta de recursos, descaso e abandono. Mesmo assim, visitar aquelas salas e contemplar aqueles objetos de importância inquestionável foi uma das experiencias mais fascinantes que já experimentei.
O Museu Nacional tinha mais de 20 milhões de itens. Praticamente todos foram destruídos. E eu não vejo o Brasil em luto. Não sinto a tristeza do povo.
Mesmo que nossa imprensa tenha noticiado o fato com grande alarde, eu sinto que os veículos internacionais parecem mais abalados com a notícia do que os brasileiros. Não temos o hábito de visitar museus, muito menos de preservar nossa história. Nos esquecemos de tudo muito rápido. Talvez seja por isso que caímos sempre nos mesmos golpes, nas mesmas emboscadas.
O fato é que uma grande parte dos nossos 500 anos de história desapareceu para sempre e nunca mais poderá ser recuperada. Eu não sei se você já entendeu o tamanho disso, então eu vou te propor uma coisa.
Tente imaginar o que aconteceria se, do dia para a noite, o seu filho perdesse a oportunidade de conhecer a sua história. Mas não só a sua, mas também as histórias dos seus pais, seus tios, seus primos, seus avôs… Imagine que a vida deles e tudo o que eles fizeram fosse simplesmente apagada.
Foi isso o que aconteceu com o Brasil. Perdemos uma parte importantíssima de nossa história. O Museu Nacional já foi o lar do rei Don João VI, e dos imperadores Don Pedro I e Don Pedro II. Já foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana, no ano de 1889.
E agora, é só um amontoado de tristeza, em meio a cinzas e escombros.
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