Nunca fui fã apaixonado por Star Wars. Isso é claro, não é culpa da série de filmes em si, mas sim minha. Vi na época errada. Já havia me fascinado com coisas que vieram depois e, mesmo sabendo que estas mesmas coisas – talvez – ­jamais tivessem existido se Star Wars não tivesse vindo antes, preferi me apegar mais a elas do que ao precursor.

Para se ter uma ideia disso, só fui assistir “O Retorno de Jedi” pela primeira vez neste ano, movido pelo hyppe do novo filme da tão aclamada trilogia.

Ainda assim, seria hipócrita se dissesse que a epopeia de Luke Skywalker não é fascinante. Ainda mais para mim, estudioso assíduo dos processos da Jornada do Herói, amplamente utilizada na franquia, principalmente no primeiro longa. Aquela ideia que toma conta do nosso ser e nos faz acreditar que somos maiores do que aparentamos, que estamos destinados a feitos maiores do jamais imaginaríamos e que escreveremos nosso nome no restrito Livro da História.

Sentimentos assim, pessoas loucas como eu, sempre dividiram com o maravilhoso personagem de Mark Hamill.

Dado este contexto, fica fácil explicar o porquê da minha grande felicidade ao sair do cinema depois de assistir Star Wars – O Despertar da Força. O filme tem o dom de nos cativar, sejamos nós fãs assíduos ou meros curiosos, porque traz um misto tão grande de sentimentos e experiências das quais é impossível se distanciar numa análise clara.

O simples ato de ver o logo icônico da franquia se distanciando ao som da música impactante de John Williams é algo impossível de ser descrito. É como se você pudesse sentir a Força fluindo em suas veias. Mas, vamos logo ao filme.

Homenagens

O filme se passa aproximadamente 30 anos depois da destruição da última Estrela da Morte e dos acontecimentos de “O Retorno de Jedi”. E nesse tempo, podemos notar que o mundo sofreu grandes mudanças. A República assumiu ­– ainda que seja pouco explorada no filme ­– e as pessoas acham que grande parte do que aconteceu não passa de lenda.

O filme me enganou nos primeiros minutos, pois me pareceu ser uma repetição da fórmula do Episódio VI: um ataque aos rebeldes, os planos escondidos num dróide, o líder aprisionado e torturado, o dróide encontra alguém aparentemente sem nenhuma ligação com os fatos… E então tudo muda.

Na verdade, mais do que uma cópia ou repetição, este início logo me soou mais como uma homenagem ao primeiro longa da série. Uma brincadeira para te pôr no clima e te fazer se sentir familiarizado com a história.

Os atores John Boyega e Daisy Ridley, que interpretam Finn e Rey respectivamente, estão formidáveis. Suas motivações são bem claras e, se havia alguma dúvida sobre a capacidade deles segurarem a barra nos novos lançamentos da franquia, esta dúvida desapareceu. O Finn é, de longe, o meu personagem favorito do longa. Ao lado do BB-8, é claro. 🙂

Li em algum lugar algo que fez muito sentido pra mim: Rey é, na verdade, a materialização de todos os fãs de Star Wars. Ela cresceu ouvindo as histórias sobre os Rebeldes e o Império, os Jedi e os Sith e, apesar de sonhar com aquele universo incrível, nunca imaginava que um dia todas aquelas histórias se tornariam realidade e que ela faria parte de tudo.

Um detalhe que merece atenção é a parte técnica do filme. Eles se atentaram a cada som, cada detalhe dos cenários e figurino, para fazer com que tudo soe exatamente como deveria dentro daquele universo. A naves estão fenomenais.

Se George Lucas pecou por abusar do computador nos três últimos longas da franquia, J.J. Abrams acertou em cheio por abusar dos efeitos práticos neste. Tudo está como deveria. Não temos nenhum Jar Jar Binks soando mais assustador do que amigável. É claro que há efeitos computadorizados, mas eles funcionam como aliados e não como base para a história.

Pontos Negativos

Algumas coisas, porém, não me agradaram tanto. No fim das contas, não entendi completamente o que levou o vilão Kylo Ren a tomar todas as atitudes que ele tomou. As explicações me pareceram inconclusivas, porém, o mais provável é que isso seja abordado futuramente, em outros longas.

O Supremo Líder Snoke, embora possua um visual fantástico e uma ótima atuação por parte de Andy Serkis, me pareceu ser apenas um Imperador Genérico. Eu não entendi suas motivações reais, onde ele estava nos filmes anteriores nem nada similar.

A participação de Mark Hamill como Luke Skywalker me decepcionou um pouco… Mas não vou falar muito disso para não estragar a experiência de quem ainda não viu.

Concluindo

Star Wars é ótimo filme. Isso é inegável. J. J. Abrams foi muito além do que esperávamos e nos entregou uma excelente experiência cinematográfica.

O filme, mais do que qualquer outra coisa, honra as origens. Fez meu coração bater mais forte e quase parar em certos momentos. Inclusive, fez meus olhos suarem masculamente em uma cena que não posso mencionar.

A Força despertou em mim.

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Sobre o Autor

Matheus Prado
Matheus Prado

Matheus é jornalista, escritor e cineasta. Acredita que a vida é um oceano profundo e que devemos nos aventurar muito além da superfície.