A partir de hoje, postarei com certa frequência alguns artigos escritos por mim para o site da minha editora, a Maori Books. Neles, você encontrará preciosas dicas para os novos autores, que desejam escrever e publicar seus livros. Confira o primeiro deles abaixo.
O que você faz quando está com fome? Geralmente, caminha até a geladeira, o armário ou então até o supermercado e, depois de escolher cuidadosamente o que mais te satisfaz, você degusta prazerosamente a comida.
A partir de hoje, encare o processo da escrita da mesma forma. Selecione um lugar confortável, que agora será sua nova workstation. Apanhe sua brochura e uma boa caneta, de preferência, uma esferográfica para não manchar o papel. Respire fundo e escreva. Simples assim.
Há alguns anos atrás, baseado nas ideias geniais do cineasta Norm Stahl, surgiu o Método Foolscap, que consistia em esboçar os roteiros iniciais de novos programas e documentários inteiros numa única folha de bloco de notas foolscap. Apesar de simplória, esta técnica é genial.
A Fórmula Escrevendo sem Enrolação funciona quase do mesmo jeito, mas é focada na escrita de livros, sejam eles romances, não-ficções, científicos ou o que quer que se deseje escrever. E você, ao fim da leitura deste livro, será capaz de tirar da gaveta qualquer projeto abandonado por “falta de inspiração”, “falta de tempo” ou qualquer outra desculpa que esteja acostumado a dar a si próprio.
Apesar de seu um processo simples e intuitivo, escrever sem enrolação é algo que quase nenhum escritor estreante é capaz de fazer. No início, devido a empolgação, a paixão por sua obra ou simplesmente motivado pela necessidade de mostrar ao mundo seu domínio sobre a escrita, o novato tende a florear demais o texto. Cenas que podiam ser resolvidas em duas ou três páginas e diálogos que poderiam consistir em apenas cinco ou seis palavras são transformados em verdadeiros tratados científicos e teses de mestrado. O leitor se cansa facilmente e a experiência de leitura, que deveria ser empolgante e divertida, torna-se dolorosa e pedante.
Vou dar um exemplo prático, que me aconteceu fora dos livros.
Quando utilizei pela primeira vez um iMac, computador pessoal da Apple, me vi inicialmente perdido. O menu de ícones na parte inferior, as janelas com controles do lado esquerdo, os nomes dos diretórios… Tudo era muito diferente do que eu estava acostumado e, por um segundo, pensei que tinha tomado uma decisão ruim ao trocar de plataforma.
Mas, vendo a minha frustração, um grande amigo designer, utilizador dos devices da Apple a muitos anos, simplesmente me disse:
— Pense na forma mais fácil de fazer o que você precisa e tente. Em 99% das vezes, este será o modo correto de solucionar o problema.
Aceitei o desafio e pus-me a desbravar o sistema. E sabe o que foi mais impressionante nisso? Ele estava correto. Quer pré-visualizar um documento? Clique com a tecla de espaço sobre ele para que o mesmo se torne claramente visível na sua tela. Quer apagar um documento? Arraste-o até o ícone da lixeira e solte-o, como na vida real.
Eu estava tão acostumado com a “burocracia” do sistema Windows e seus DLLs (espero que você nunca tenha precisado garimpar DLLs para resolver algum problema com seu PC) que não consegui enxergar a simplicidade e a leveza do OSX. Mas quando tudo ficou claro, a experiência tornou-se mágica.
Acho que isso explica bem o que eu estou tentado mostrar. Seja claro e objetivo com quando for escrever. Na verdade, seja claro e objetivo quando for fazer qualquer coisa. O tempo dos floreios e dos arabescos ficou para trás.
PS: Hoje em dia, o Windows 8 está quase tão bom quanto o OSX e eu também voltei a usar computadores com Windows.
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