Esses dias eu notei que tenho falado muito em política aqui e pouco em arte. E isso é um grande erro, porque a arte é tão importante para vida quanto a política. E eu amo a arte a muito mais tempo do que eu amo discutir sobre política.

Falo de arte por prazer e por necessidade também. É algo sem o qual eu não consigo viver. Por que, como os Titãs já cantavam algumas décadas atrás, “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.

E, embora a literatura me encante desde que aprendi a ler e escrever, o cinema me fascina desde muito antes disso. Desde que me entendo por gente.

Essa paixão veio do meu pai, o cara mais inteligente que eu já conheci. Foi com ele que eu aprendi a apreciar os clássicos. Com ele, eu conheci o poder do silêncio observando o roteiro e a direção apurada de Sergio Leone. Ao mesmo tempo, entendi que a música é tão importante quanto o vídeo, ouvindo as trilhas de Ennio Morricone.

Ao lado do meu pai, entendi que os brutos também amam e que os homens são divididos entre bons, maus e feios. Passei por muitas aventuras, tudo em busca de
um punhado de dólares . E quando a noite chegava, nos deitávamos embaixo de uma árvore, a luz da lua, para ouvir os mariachis cantarem.

Também foi com o meu pai que eu aprendi que assistir um filme é só a primeira parte da experiência. Conversar e trocar ideias faz parte do prazer de assistir um filme, porque cada um entende a história de uma forma. Cada um é tocado por ela de uma maneira única.

Minha paixão pelo jornalismo veio pelo cinema. Meu pensamento crítico também. E eu posso dizer sem medo de errar que o cinema fez de mim o homem que eu sou. Não que isso seja muito, é claro, mas já é alguma coisa. Eu não sei como eu seria e nem onde eu estaria agora se o cinema não tivesse a apropriado da minha vida.

Eu não sei com que frequência você vai ao cinema. Nem se assiste filmes na sua casa mesmo. Mas se não tem feito isso, saiba que você está desperdiçando uma boa parte da sua vida.

Assim como um bom livro, um bom filme tem o poder de nos transportar para outros mundos. Nos faz viver outras vidas. Nos emociona. Nos assusta e nos enche de esperança.

O cinema é capaz de transformar o menor dos eventos no maior dos acontecimentos. É uma linguagem universal, que, quando bem-feita, dispensa tradução. Charlie Chaplin é a prova disso.

Então, quais são os seus planos para hoje? Vai ficar em casa? Vai sair com seus amigos? Está sem opções? Assista um filme. Não importa qual seja. Só assista. O cinema é o meio mais barato e mais seguro que existe de viajar para os lugares mais incríveis que você pode imaginar.

Tudo isso comendo pipoca numa cadeira bem confortável ou no aconchego do seu sofá.

Entre para minha lista VIP e receba os conteúdos mais exclusivos sobre storytelling diretamente no seu e-mail

Junte-se a mais de 3200 pessoas

Nós não enviamos spam. Seu e-mail está 100% seguro!

Sobre o Autor

Matheus Prado
Matheus Prado

Matheus é jornalista, escritor e cineasta. Acredita que a vida é um oceano profundo e que devemos nos aventurar muito além da superfície.