Uma notícia chamou minha atenção na tarde de ontem. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Rosa Weber convocou uma reunião com os coordenadores das campanhas dos candidatos Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT. O motivo da campanha e discutir as notícias falsas estão sendo veiculadas por ambos os candidatos, tanto nos programas eleitorais quanto nas mídias sociais.

Você consegue entender como isso é grave? O futuro presidente do Brasil, seja ele Haddad ou Bolsonaro, está usando notícias falsas, ou em bom português, mentiras, para se eleger. E a coisa chegou num nível tão absurdo que o Tribunal Superior Eleitoral precisou entrar no meio, pedindo que os partidos assinassem um acordo contra a divulgação de notícias falsas.

Os candidatos também assinaram um Termo de Compromisso de Respeito à Constituição da República Federativa do Brasil proposta pela Associação Brasileira de Imprensa, como o mesmo objetivo de não espalhar mentiras.

Mas aí eu te pergunto: você acha que esse acordo vai mudar alguma coisa? Eu duvido muito. Eles vão continuar inventando mentiras uns sobre os outros, porque é assim que as campanhas eleitorais funcionam. E eu já trabalhei em muitas. Posso dizer isso com propriedade.

Não que isso seja novidade. Praticamente todos os políticos eleitos, tanto antes quanto agora, só conseguiram fazer isso na base da mentira e das acusações aos outros, deixando o eleitor sem saída. Propostas que é bom… Nada.

Mas eu esperava um pouco mais de classe, ao menos nas campanhas presidenciais.

E sabe o que me deixa mais confuso nessa situação? É que, se o objetivo é seguir o padrão das eleições de 2018 e construir a campanha unicamente acusando o outro, sem apresentar propostas, inventar mentiras é desnecessário. Porque nenhum dos candidatos é santo. É só usar os fatos, porque eles são bem piores do que qualquer mentira que possa ser inventada.

Vamos lá: um candidato é um ex-militar com mais de trinta anos de vida pública que, digam o que quiserem seus apoiadores, nunca fez absolutamente nada pelo Brasil. Está sendo eleito pelo medo do povo, pelo desespero e pela total falta de opções. O outro é um mauricinho que paga de bom moço, mas que visivelmente não tem controle nenhum de sua campanha. Tanto que seu mentor está preso e ele recebe ordens de dentro da cadeia. E tem também o fato de que já foi considerado o pior prefeito do Brasil, quando governou a cidade de São Paulo.

Eu não sei onde essa campanha vai parar e nem qual candidato vai ser eleito. Mas você entendeu o que eu quis dizer?

No Brasil, a verdade é bem pior do que qualquer Fake News.

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Sobre o Autor

Matheus Prado
Matheus Prado

Matheus é jornalista, escritor e cineasta. Acredita que a vida é um oceano profundo e que devemos nos aventurar muito além da superfície.