Convivendo com pessoas muito mais jovens do que eu, ouço com certa frequência o mote dos inconformados: “Não consigo um bom emprego! As pessoas exigem experiência, mas não me dão uma oportunidade. Eu sou jovem e eles exigem demais de mim”.
Essas frases seriam completamente verdadeiras, se não vivêssemos no século XXI. Se a informação não estivesse a um clique de distância.
A geração “quebrada”, que não consegue emprego porque ninguém “dá uma chance” é a mesma que inunda a cidade nos sábados a noites. É a mesma que congestiona as avenidas com carros, músicas altas e garrafas de cerveja. Eu gosto de carros, música alta e garrafas de cerveja, é claro, mas consigo entender a linha que separa o que eu quero do que eu preciso.
E é isso me fez entender que, em sua grande maioria, os que mais reclamam são os que menos precisam reclamar. Nenhum daqueles jovens está passando fome. Todos tem acesso a smartphones com internet banda larga. Nenhum deles está desesperado por uma oportunidade de aprender uma profissão. Se fosse esse o caso, as coisas seriam diferentes e eu falo por experiência própria.
Seria ótimo se a geração mais conectada da história da humanidade também fosse a mais inteligente. Se a geração que tem mais acesso à informação fosse, de fato, a mais informada. A geração 2000 tornou-se a geração da reclamação. Do mimimi, como se diz agora. A geração da polarização, do pobre versus o rico, da esquerda contra a direita, mesmo que nenhuma das duas saiba exatamente o que isso quer dizer.
Seria ótimo se as pessoas entendessem que o conhecimento abre portas. A vontade de aprender também.
Mas é preciso força de vontade e caráter para passar por essas portas. E isso é uma coisa que não se aprende no YouTube.
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