O que torna um homem grandioso? Com essa pergunta se inicia a leitura de A Cidade dos Milagres, o primeiro livro de Christian Gurtner, autor do incrível podcast Escriba Cafe. A pergunta consegue intrigar e faz com que você deseje muito saber o que vai acontecer. Afinal, essa é uma dúvida eterna!
Logo no primeiro capítulo somos apresentados a Dom Aligneri, o protagonista da trama. E aqui vai a primeira crítica ao livro, mas que não chega a ser negativa. Eu gostaria de saber mais sobre o Dom e sua vida antes dos acontecimentos narrados. Ao longo da história, não fica claro o que ele fazia realmente. O livro diz apenas:
Com seus trinta e dois anos, Dom era jornalista, artista, historiador e várias outras coisas que os “bicos” que ele arranjava exigiam.
Deixo claro que haverá spoilers apenas do primeiro capítulo, o qual o autor disponibilizou gratuitamente através deste link. Isso será necessário, tanto para aguçar sua curiosidade quanto para situá-lo no mundo criado por Gurtner.
A história gira em torno de um ato de loucura. Dom decide roubar um banco para saciar um prazer inumano, uma vontade louca de sentir emoção, adrenalina e se aventurar… Essas coisas das quais todo ser humano sente falta em algum momento da vida. Para roubar o banco, Dom causa uma grande explosão, numa hora do dia onde, supostamente, não haveria ninguém no prédio. Mas algo da errado e um segurança acaba sendo morto. E Dom mergulha num profundo sentimento do culpa. Para se redimir, ele decide doar o dinheiro para os necessitados e é aí que a história de verdade começa.
Gurtner, assim como em seu podcast, tem uma habilidade tremenda de descrever os atos de uma forma cinematográfica. O primeiro capítulo já mostra isso, mas ao longo do livro, principalmente nos trechos finais, este talento é ampliado e isso agrega muito na história. Por outro lado, preciso confessar que achei certos personagens meio rasos. O par romântico de Dom, por exemplo, aparece quase que do nada e não sabemos absolutamente nada sobre ela.
É verdade que o livro não é sobre isso. Ele é focado em outras coisas, como a missão de Dom e seus medos e desejos. Na vontade de mudar o mundo, ainda que isso custe a vida. O livro desenvolve muito bem o seu papel neste ponto. Mas eu notei que, talvez, este também seja o defeito grave do livro. Se prender a história principal e abandonar as outras.
Um ponto excelente que quero apresentar é que, como eu já disse, Gurtner segue um ritmo de linguagem cinematográfico, com cortes secos de uma cena para outra, fazendo com que as imagens se forme na nossa cabeça de forma natural, sem forçação de de barra. O livro não é complicado e isso, ao contrário do que as pessoas pensam, é algo ótimo. A leitura se torna prazerosa e simples. Você lê, mas na sua cabeça, parece que a história foi contada por um amigo seu, tamanha a habilidade do escritor em apresentar os fatos.
Para finalizar, digo que A Cidade dos Milagres é um livro curto, daqueles que você consegue devorar em poucas horas, mas que você não consegue deixar de ler um segundo sequer. E é impossível ler sem imaginar que se está assistindo um filme. Poderia ser adaptado para o cinema facilmente e renderia uma excelente diversão.
Vale muito a pena ser lido.
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